Em tempos de adulteração de bebidas e combustíveis, imagine um sensor barato, portátil e de fácil uso capaz de identificar qualquer alteração na formulação original desses produtos.
Foi isso que o pesquisador Tiago Cardoso apresentou em sua Tese de Doutorado defendida em 17 de outubro no Departamento de Física da UFMG, com o tema “Tinta condutora de nanotubos de carbono e microfibra de celulose e sua aplicação em sensoriamento de líquidos”, orientada pelo professor Rodrigo Gribel, diretor do CTNano.
Segundo Tiago, o desenvolvimento da tinta condutora representa um avanço na formulação de materiais compósitos funcionais. “A incorporação de microfibras de celulose como agente estruturante, em combinação com MWCNTs como elemento condutor, resultou em uma formulação estável e compatível com diferentes métodos de deposição”, explica. A estratégia permite fabricar sensores reprodutíveis, escaláveis e aplicáveis a vários substratos.
Testes em aplicações reais mostraram a eficácia do sensor na detecção de adulterações em combustíveis brasileiros. “Para gasolina com excesso de etanol, o sistema detectou 1% de contaminantes e quantificou até 25%. Já a diferenciação entre etanol puro e amostras com metanol foi possível com sensibilidade de 1% e detecção de até 6% de metanol”, revela.
A pesquisa abre caminho para novas abordagens em materiais funcionais sustentáveis, mecanismos de transdução e transferência tecnológica, com patente já concedida.
Mais um orgulho do CTNano/UFMG! Parabéns, Tiago!
Tiago é Engenheiro de Dados e Dr. em Física, atuou no Lab Nanomateriais da UFMG e é pesquisador do CTNano desde 2018, desenvolvendo pesquisas aplicadas em nanomateriais, desenvolvendo sensores e algoritmos de Machine Learning para classificação de líquidos.
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