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Nanotubos de carbono reforçam borracha e aumentam durabilidade de esteiras de mineração


22/09/2025


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Belo Horizonte, 22 de setembro de 2025

Um estudo liderado pelo Centro de Tecnologia em Nanomateriais e Grafeno (CTNano/UFMG) e publicado este mês no renomado Journal of Applied Polymer Science aponta que os nanotubos de carbono (CNTs) podem ampliar a resistência e aumentar a durabilidade da borracha usada em correias transportadoras de mineração e construção civil. “Essas esteiras, essenciais para o transporte de grandes volumes de materiais, enfrentam diariamente abrasão, impacto e rasgos que reduzem sua vida útil e elevam os custos de manutenção”, aponta a professora Glaura Silva.

Para enfrentar esse desafio, pesquisadores testaram a adição de CNTs em duas formulações: uma simplificada, de laboratório, e outra comercial, já utilizada em esteiras de mineração. Eles também desenvolveram uma técnica de pré-dispersão em componentes já presentes no processo de vulcanização da borracha. “O método melhorou a distribuição dos CNTs no material e aumentou sua eficiência como reforço”, afirma a professora.

Segundo a pesquisa, os resultados surpreendem. Na formulação de laboratório, a resistência à tração da borracha cresceu até 365%, além de ganhos em alongamento e resistência ao desgaste. Já no composto comercial, a adição de CNTs na borracha reduziu em até 27% a perda de volume em testes de abrasão, sem comprometer outras propriedades mecânicas.

Ajuste fino de propriedades
De acordo com o estudo, a descoberta mostra que os nanotubos podem trazer um “ajuste fino de propriedades” em borrachas já altamente reforçadas, com potencial para prolongar a vida útil das esteiras transportadoras e reduzir custos de operação e manutenção. O artigo também destaca o papel da nanotecnologia em aplicações industriais complexas. “O desafio não está apenas em adicionar novos componentes, mas em garantir sua compatibilidade com outros aditivos, como negro de fumo e sílica, amplamente usados na borracha”, completa Glaura Silva.

Com esse avanço, a pesquisa abre caminho para o uso de nanomateriais em equipamentos industriais mais duráveis, eficientes e sustentáveis, colocando Belo Horizonte e Minas Gerais na vanguarda no desenvolvimento de nanomateriais aplicados na indústria. O artigo na íntegra pode ser acessado em https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/app.57904

Imagem
a. Ampliação mostrando CNTs individuais com comprimentos em escala micrométrica e diâmetros em escala nanométrica;
b. Curvas TGA e DTG mostrando a decomposição térmica do concentrado de componente da borccha com CNTs.

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